sábado, 31 de julho de 2010

Lula sobre Dilma: Dê uma chance a sua mãe

A estratégia da campanha petista – pelo menos em eventos com a presença de Lula – ficou clara: o presidente irá discursar após a candidata do PT à Presidência Dilma Rousseff. Eram 22h15 quando Lula assumiu o microfone nesta sexta-feira, durante encontro com empresários organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em Curitiba.

A ex-ministra já havia falado por 35 minutos e, por muitas vezes, foi aplaudida pela plateia de cerca de 300 pessoas. Lula, porém, é conhecido por sua habilidade – e irreverência – na hora de falar em público e, desta vez, foi longe, e fez um apelo para que as pessoas não tivessem preconceito na hora de votar em Dilma Rousseff. “Se vocês ainda têm preconceito em votar numa mulher, parem de ser besta. Ela lhe pariu, ela formou o seu caráter. Dê uma chance à sua mãe, já que ela deu tantas chances a você”, falou o presidente.

Ovacionado pelos empresários, Lula fez elogios a Dilma, afirmando que ela foi sua “gerente” durante o governo e ”a companheira que executava e fiscalizava aquilo que a gente decidia”. Para ele, a petista é uma boa escolha para ser presidente do Brasil por conta de sua “competência administrativa e uma coisa sagrada: o fato de ser mulher”. “O Brasil vai muito longe com essa mulher eleita presidente da República”, disse ele.

Além de promover a candidata, o presidente fez um balanço do palanque petista no Paraná. Sobre Osmar Dias, candidato do PDT ao governo do estado, Lula falou: “Esse papo foi difícil. Tive que convencê-lo a ser candidato, convencer Roberto Requião (PMDB) [candidato ao Senado] a apoiá-lo” e, voltando-se ao governador Orlando Pessutti (PMDB), “devemos muito à grandeza desse companheiro chamado Pessutti”. O peemedebista abriu mão de concorrer à reeleição pelo bem da chapa governista.

Balanço – A maior parte do discurso de Lula, que durou mais de 40 minutos, foi em tom de despedida, fazendo um balanço de seu governo. O presidente lembrou do preconceito que sofria por ser pobre e analfabeto e da parceria que fez com o vice-presidente José Alencar, para angariar votos da classe média, que ainda resistia à figura de um ex-metalúrgico. “São esses dois analfabetos que construíram mais universidades e escolas técnicas nesse país. Esses dois, que não tiveram diploma, que dobraram em um ano aquilo que a gente só conseguiu em 50″, afirmou em referência ao número de vagas nas universidades.

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