sábado, 26 de junho de 2010

Especial Copa: As lições do jogo com Portugal


O colaborador do EstudanteNet comenta em artigo o empate no jogo entre Brasil e Portugal. "Serviu para garantir a liderança no grupo, e também mostrar os defeitos da equipe de Dunga"

Críticas não faltam à estratégia do treinador e à atuação de alguns jogadores. Para André Dayan, o retorno de Kaká e Robinho já deve ser suficiente para fazer o Brasil passar pelos Chile nas oitavas de final. Mas a partir daí, "os defeitos precisam ser corrigidos", alertou.


"As lições do jogo com Portugal" - por André Dayan

O empate por 0 a 0 contra Portugal serviu para o Brasil garantir o primeiro lugar do grupo G. Mas serviu também para mostrar alguns defeitos da equipe do técnico Dunga.

O primeiro deles, e que não pode ser corrigido, é a falta de boas opções no banco de reservas, principalmente no meio-campo. Prova disso foi que Júlio Baptista fazia uma partida ruim e Dunga olhava para o banco e não sabia o que fazer. Ou melhor: não tinha o que fazer. Já no fim do jogo ele tirou o substituto de Kaká e colocou Ramires, jogador que é muito mais um volante do que um meia. Isso mostra um erro grave na convocação brasileira: com Ramires e Daniel Alves no grupo, atletas que fazem mais de uma função, o volante Kléberson virou um turista na África do Sul e dificilmente será utilizado. Então, caso tivesse um outro meia ofensivo ao invés do volante, Dunga teria uma opção para tentar mudar um jogo como o dessa sexta.

Outros defeitos da seleção canarinho puderam ser vistos já no primeiro tempo. Como a dificuldade na saída de bola na defesa, que só tem qualidade com o lateral Maicon. Isso faz o time ficar “torto”, com quase todas as jogadas ofensivas sendo feitas pelo lado direito, além de facilitar a marcação adversária. Vendo isso, no segundo tempo o técnico português Carlos Queiroz colocou em campo o atacante Simão exatamente para jogar pelo lado de Maicon, dificultando os avanços do camisa 2. Com isso, Portugal forçava o Brasil a sair para o jogo com os dois volantes e com Michel Bastos, que erravam muitos passes. É verdade que a seleção brasileira, satisfeita com o empate, não ousou muito no ataque. Mas é verdade também que Portugal poderia ter vencido se tivesse definido melhor algumas jogadas. No fim, o empate ficou de bom tamanho para os dois times, que estão na próxima fase.

O adversário brasileiro nas oitavas-de-final será o Chile, o maior freguês da “Era Dunga”: São 5 jogos e 5 vitórias brasileiras desde a chegada do treinador. As voltas de Kaká e Robinho já deverão ser suficientes para fazer o Brasil passar pelos chilenos. Mas até as quartas-de-final, quando provavelmente o adversário será a Holanda, os defeitos apresentados nessa primeira fase, principalmente contra Coréia do Norte e Portugal, precisam ser corrigidos.



andredayan@hotmail.com

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